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13 de abril de 2010

Clarisse



Nossa música há muito tempo está terminada
Descrito em poesia o nosso dia-a-dia
E com muita alegria
Do alto de nossa ironia

Das notícias quentes não saberei mais
Das piadas sem graça não mais rirei
Da tua garra e do teu amor
Sempre me lembrarei

25 Anos não é uma boa idade para morrer
Idade boa, só existe se for para viver

Nossa habilitação não saiu
Eu farei a minha, pode esperar
Quando no acelerador eu pisar
Lembrarei do teu sorriso amigo

E baixo vou voar

Um dia
Quando, aí sim, alto eu voar
Vou te encontrar

Vamos fofocar
Rir até engasgar
Vamos dizer que é bonito sonhar
E que nada é mais lindo do que amar.

À Clarisse, minha grande amiga. Venceu um câncer no intestino aos oito anos de idade, cresceu ensinando lições e sabendo que o sofrer engrandece. 18 Anos depois, pela mesma doença, "sua missão acabou" e em outro reino foi ensinar.
Obrigado pelo exemplo, pelos sorrisos e pela amizade. Não tenho palavras para descrever a falta que sentirei de te ver chegar para trabalhar todas as manhãs. Cuidarei da tua Mãe como cuido da minha, serei para ela o filho que restou, com toda a vontade de viver que tu me ensinou. É a minha forma de dizer obrigado, por além de tudo, tu também amares minha Mãe como se fosse tua (E no coração ela é). Descanse em paz, agora é com a gente. Amor. Sempre amor.


Nathan Lilja

9 de abril de 2010

Antes de mais nada



Eu quero que me olhe
Descanse
Imagine
E se assuste

Eu quero toda tua atenção
Teu cheiro
Teu gosto
Teus sons

Eu quero teus discos
As flores da tua casa
Teus livros
E os teus passos no escuro

Eu quero beijos sinceros
Sorrisos espontâneos
Magia
Abraços sem fim

Antes de mais nada, eu quero tudo.

Nathan Lilja

7 de abril de 2010

The Rise and Fall of Beeshop


Há alguns dias, encontrei Lucas Silveira, vocalista da banda porto-alegrense Fresno, em uma boate que se chama Cabaret. Uma amiga perguntou, brincando: “Esse é o carinha do Fresno ou do NX Zero?”. Ele respondeu, irônico: “Sou do ‘N Sync”. Para encerrar, eu disse a ela que conhecia Lucas desde os tempos das “calças bordô”. Ok, guarde essas informações.

Lucas lançou, há poucos dias, o primeiro disco do seu projeto solo, Beeshop, paralelo à Fresno. Diferente de seu trabalho na banda, o projeto exalta o seu talento. Todas as letras são em inglês e as melodias são referências a tudo o que de melhor já foi feito na música. Consigo perceber ares de Fred Mercury em “I Was Born in the 80’s”, ou de Chris Carrabba na impecável “Go On”. Todo o grande disco tem influências claras e, no de Beeshop, não poderia ser diferente. Ouço um pouco de tudo, impecavelmente “misturado”.

Porém, uma música em especial chamou a minha atenção: “Lovers Are In Trouble”. Quando a ouvi pela segunda vez, imaginei imediatamente um sujeito em um cabaré, vestindo um traje, com a gravata ao lado do copo de whisky, gastando seus trocados com uma ruiva de pele quase fantasmagórica que se despe cuidadosamente. (Um cabaré de verdade, não a boate em que encontrei Lucas.) Não se assuste, a cena também virá à sua cabeça depois de ouvir a canção, que também é a melhor composição do disco.

Quando comentei, lá no início, que conhecia Lucas desde o tempo das calças bordô, fiz alusão a 2005, quando a Fresno fazia shows em festas juninas escolares, com ingressos a cinco reais. Ele já era um grande compositor, que, com o passar do tempo, tornou-se um cantor melhor. Agora, depois do lançamento de “The Rise and Fall of Beeshop”, Lucas ficará reconhecido como o grande artista que é. Um artista completo, pois humildade e respeito são raros em carreiras de sucesso. Beeshop passou fácil no teste.

Nathan Lilja

Colaborou: Lidy Araujo