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11 de abril de 2012

A favor de qual vida?

Ao longo do dia inteiro venho lendo comentários (alguns coerentes e outros absurdos) sobre o projeto que está sendo votado hoje sobre a legalização do aborto apenas para fetos que nascerão sem cérebro (Anencéfalos). Lendo mais sobre o assunto caí num blog em que a mãe de uma menina, que ganhou o genial nome de Faith Hope (Luta e Esperança), relata suas experiências com o nascimento, por opção sua, da filha sem cérebro. No blog ela conta detalhes sobre os 93 dias em que sua filha viveu, relata os depoimentos de médicos comprovando que a menina realmente tinha o problema, a estranheza de como ela respirava, entendia estímulos e até sorria. Em todos os posts a mãe revela sua plena consciência sobre o fato que sua filha irá morrer no dia seguinte, ou daqui há um mês.

Discussões desse nível costumam envolver questões religiosas, o nome de Deus é citado acima do ser humano (mulher) ou do feto. Para mim, nada é mais errônea e ignorante do que envolver o nome de Deus (um ser lendário, que não sofre conseqüências, não sente dor emocional e nem física). É cientidicamente comprovado, por pessoas que dedicaram sua vida inteira estudando seres vivos, e não lendo palavras escritas sabe-se lá por quem em um livro velho, que um feto comum (com cérebro) até o início da gravidez, ainda não tem vida, sobrevive apenas pela ligação com o cordão da mãe. Já um feto sem cérebro sobrevive à gravidez inteira apenas pelo cordão umbilical da mãe, e na grande maioria dos casos morre nos primeiros dias – a pequena Faith Hope foi uma linda exceção.

E quem pensa na dor de uma mãe? De um pai? De um irmão? De uma família inteira que saúda um nascimento com data para o velório? Essas pessoas têm sim o direito de decidir o rumo que querem tomar nas suas vidas, têm o direito de decidir o tipo de dor que querem carregar (porque é inevitável carregar uma dor, seja ela qual for, em casos assim).

E o que está sendo votado hoje é maior do que Deus, porém muito menor do que a morte. A opção do aborto para fetos sem cérebro não fere ninguém, exceto os próprios envolvidos na escolha. Deus não sente dor, e o feto ainda não tem vida. Sou a favor da vida sim. Da vida de quem realmente tem vida.


Nathan Lilja


P.S: Dito isso tudo, reafirmo, que não sou a favor do aborto em fetos normais (com cérebro), mas no caso dos anacéfalos, essa decisão de ser contra ou a favor cabe apenas a quem passa por um trauma dessa magnitude, e eles precisam sim do DIREITO de decidir o que fazer.

26 de março de 2012

Qual o valor do tempo?


Dois anos é muito tempo? Depende da intensidade, do momento. Para quem vive uma dor, dois anos se parecem uma eternidade, para quem vive um afago o tempo parece correr vestindo branco em meio a um campo florido.

Temos o errôneo costume de medir o tempo por conquistas, amores... Dificilmente você virou chefe, ficou rico, ou encontrou o amor da sua vida nesses últimos mêses, mas e aquela bebedeira com os amigos? E a dor no estômago de tanto rir? E aquele show que você olhou para sua amiga e viu uma história nos olhos dela? E o frio na barriga que te arrepiou quando sua paixonite pegou na sua mão no cinema? E aquele Domingo de manhã em que seu cachorro o acordou com uma lambida molhada e quente? E sua mãe mandando você levar o casaco na mochila?

O valor do tempo está completamente ligado a pequenos momentos, infelizmente nem sempre felizes, mas são as pequenas coisas que nos tiram da rotina, às vezes uma viagem pra NY tem o mesmo valor do que pular do balanço em movimento e cair na areia, rolando de rir.

Se tempo é dinheiro, se enriqueça de destempero.
Se tempo é prazer, goze da eternidade.
Mas, se tempo for sofrer… Desligue o relógio, rasgue o calendário, e morra de amor.


Nathan Lilja

22 de março de 2012

Oi, até já


Dois anos afastado do bloguinho, e inexplicavelmente também do hábito de escrever, aqui estou... Não sei explicar muito bem o porquê de minha retirada, sendo que aqui me encontrava, projetava meus sonhos, transformava meus medos em poesia (sic! tentava!), contava histórias que vi, outras que vivi, e muitas que gostaria de ter vivido. O fato da minha volta não se deve só ao pedido de meio, um, dois ou três amigos, ou a menina que há alguns dias atrás disse que meus textos faziam muito sentido em sua vida e que a ajudavam a entender algumas coisas, volto por que preciso, minhas ideias pedem de volta seu espaço de exposição e minha mente quer retomar o controle, que nunca teve.

Acredito que escrever, não só pra mim, mas pra todo mundo que cultiva esse hábito é um exercício de autoconhecimento, seja no rodapé de uma página de caderno, numa folha inteira, tweet, sms, em um blog, ou num livro. A escrita é a mais sincera forma de se demonstrar um sentimento, de reproduzir tudo aquilo que o coração quer dizer, mas a boca, fracassada e medrosa, não diz.

Em dois anos muita coisa mudou - oh wait que clichê, é obvio que muita coisa mudaria, vivemos em um mundo que as coisas mudam a cada segundo. Descobri que o tempo é a experiência mais incrível e também a mais devastadora pela qual iremos passar na vida.

E de que outro assunto eu poderia voltar falando a não ser "o tempo"? Nenhum. Daqui uns dias nesse mesmo canal, nesse mesmo horário... Eu mando notícias.

Nathan Lilja