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30 de julho de 2009
Nada de fórmulas
Postado por
Nathan Lilja
Na escola, nunca fui bom com fórmulas matemáticas ou químicas. Cresci e descobri que na verdade não sou bom com nenhum tipo de fórmula. Não me satisfaz nada que é pronto, nada que é facilmente entendido, nenhum tipo de “pra sempre”... Sempre igual.
A fórmula do amor é uma besteira imensurável, nela certamente não consta tomar banho de chuva, às três da manhã de uma noite fria, e curar a gripe em baixo das cobertas muito bem acompanhado. Da fórmula da saúde, o prazer de exagerar do álcool – nem que seja apenas uma vez na vida – e chorar de rir abraçado aos verdadeiros amigos – ou a um mendigo companheiro, que seja! – não deve nem passar perto.
Fórmulas são atalhos para os medíocres, para os medianos, para quem não vê beleza no simples, e nem sanidade na loucura.
Nathan Lilja
27 de julho de 2009
Irremediável
Postado por
Nathan Lilja
O que não tem remédio
O que não se pode curar
Poucas vezes se enxerga
E nunca se modifica
Irremediável é existir
Ter que vencer
Adquirir, poder...
Mesmo quando tudo o que se quer
É desaparecer, correr...
Irremediável é se entregar
Nadar, nadar, e se afogar
É ferir sem sentir
É se ferir por insistir
Irremediável é querer
É amar
É sofrer
Irremediável é viver
Nathan Lilja
24 de julho de 2009
Ângulos e visões
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Nathan Lilja
“O mundo é legal, só anda mal habitado”. Algo parecido com essa ótima frase foi dito, em um depoimento à genial Jornalista e Escritora, Eliane Brum, por um mendigo, habitante da região central de Porto Alegre há muitos anos, conhecido como “Homem Sapo. Palavras simples, descompromissadas de coesão, métrica, ou semântica, porém expressam o ponto de vista de um ser humano que vê o mundo de baixo – do chão em que gasta seus dias, diferente de nós que “enxergamos o mundo de cima”.
Eu, que ironicamente sou um dos que “vêem de cima”, não deveria concordar com o humilde mendigo. Na regra de hoje em dia, ele é inferior a mim. Sem hipocrisia, as regras existem, e provavelmente você as segue. Ainda bem que eu nunca fui bom com regras...
O mundo anda mal habitado, sim, meu amigo Sapão. E não é pouco, é muito. As pessoas estão perdendo o tino para amar, perdendo a grandiosidade dos momentos em que esperamos algo de alguém mesmo quando o “algo” não vem. Engrandece, ensina. Um sorriso, porque não? Um abraço. Um beijo seria pedir demais? Ainda não é um crime?
Temos ainda os problemas crônicos, Sapão. Violência, educação falha, preconceito, e todos os outros que você conhece muito bem. Boa parte deles tem uma só causa, e você também a conhece muito bem. Falta de amor. Sim, eu sempre coloco o “amor no meio”. Afinal, ele é o mais importante car***o! Essa é minha missão; proclamar que amar não é momento, mas sim parte de tudo. Missão dura, porém gloriosa.
O mundo é muito mal habitado, sim, “Sapets”. Nossa casa se tornou um lugar minúsculo – o umbigo de alguns, a televisão, a sala de estar, um grupo social medíocre. Poucos se dão conta que o mundo é muito maior que isso, muita mais fascinante, muito melhor. As pessoas em sua essência continuam genuínas, a rotina que desvirtua.
É só olhar na volta, voltar a amar, é só rever os conceitos, transformar o que virou certo, mas não é, em errado novamente. Apenas tente enxergar através de ti.
Nathan Lilja
22 de julho de 2009
Quarto de Escritor
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Nathan Lilja
Quarto de escritor tem um pouco de tudo
Muito de terra do nunca, de baú da Vovó
Mas é um quarto comum, o grande lance é a imaginação
Tenho uma parede, vejo uma grade
Tenho um computador, vejo uma janela (e que janela)
Tenho um espelho, te enxergo nele
Quarto de escritor tem muito de imaginação
Tem muito pouco de lembranças
Não gostamos do passado
Não somos fortes o suficiente para separá-lo da realidade
Não somos fortes o suficiente para dizer com os lábios
Então falamos com as mãos...
Nathan Lilja
20 de julho de 2009
Equilíbrio
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Nathan Lilja
Seres humanos são feitos de descobertas e frustrações. O misto disso forma o querer momentânea de cada um. Você pode querer descobrir, mas sempre haverá alguém com medo de se frustrar. Eu, filósofo de botequim, pseudo-terapeuta, chamo isso de “gangorra” de sentimentos. Quando dois mundos diferentes – ou nem tão diferentes assim – se acham, o correto seria que essa gangorra atenuasse, estacionasse no centro. Frustrações esquecidas, descobertas iniciadas, cada qual em seu lado. Zero a zero. Equilíbrio.
Porém nem sempre – quase nunca – encontrasse equilíbrio em emoções, ora amenas, oras apoteóticas. Ou se entrega, ou se foge: Os que se entregam visualizam, planejam, e consequentemente se frustram. Os que fogem, simplesmente fogem... Mas não por muito tempo, o “e como teria sido?” não perdoa, ele sempre chega.
Sentimento é coisa séria para quem o leva a sério, para quem não foge, para quem gosta de viver... Tudo, até o fim. A seriedade, beleza, e intensidade de sentir só são vividas por quem coloca as frustrações de lado e se rende as descobertas e aventuras.
A tal “gangorra” foi feita para almas leves, corações pulsantes e sentimentos em stund by – prontos para serem ligados.
Duas pessoas em linha reta. Quem “forçar” cai, mas se o equilíbrio vier dá empate, ou melhor, os dois ganham.
Nathan Lilja